segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Mais um dia...

Que dia longo...que fase longa.
Acordei hoje decidida: hoje vai ser diferente; não vou pensar mais nas mesmas coisas. Vou encarar tudo de frente e sozinha, sem reclamar. Parar d gastar energia com o incerto.
E ao final de mais um dia, eis-me aqui. Derrotada por minha própria consciência. E a dor ainda latejante, insistente, mais física que minha própria respiração.
Como se deixa de querer algo com que sonhou a vida inteira? Como se esquece sua maior necessidade?
Meu quarto e meu travesseiro me chamavam, esperando mais uma noite de dor e lágrimas. Não me lembro a última vez que dormi antes das 3 da manhã, da última vez que tive uma noite d sono descente. Não me bastasse tudo, me vejo obrigada a ficar acordada, e a suportar os pesadelos quando finalmente consigo dormir. Quase acordei gritando uma noite dessas.
Não sei pra qual dos dois eu estava mentindo, quando disse que o tempo curaria tudo.
Diz-se que tudo nesta vida é relativo. Depende de qual lado você está. Um minuto no Paraíso é diferente de um minuto do Inferno. Mas acho que é pior o minuto no Limbo, onde não se sabe onde está nem pra onde está indo.
"Só falta um palmo." Quanto mede o palmo de Deus? Um quilometro? Um ano? Um Estado inteiro? Talvez um e meio... Qualquer que fosse a distância eu a percorreria a pé, se tivesse certeza de um porto seguro do outro lado. Cavaria até o Inferno se o que procuro estivesse lá.
"O tempo de Deus é diferente do nosso. As coisas não são como queremos.". Isso aprendi cedo. Todavia não deixa de ser um exercício diário aceitar.
Às vezes me sinto como uma drogada. "Só mais um dia, Senhor. Só mais esse dia....me dá força só hoje. Só mais um dia. Só mais essa semana, esse mês...". E assim se passaram 9 anos... praticamente uma década. Quando olho pra trás quase não acredito. Foi tanta coisa em tão pouco tempo...
Olho pra mim e ainda vejo a mesma garota de 7 anos atrás, com meus 16 anos. Esperando. Não entendo quando as pessoas dizem que sou uma mulher, não entendo quando olho nos olhos cobiçosos de quem me viu criança. Eu ainda sou aquela criança. Como se o tempo tivesse simplesmente parado, enquanto eu espero minha vida começar.
O tempo é implacável. Desgasta objetos, combate imensas montanhas. Abre caminho, com a água, por entre as pedras. Devasta civilizações inteiras... O tempo não é a solução, mas o problema. Quem sou eu diante dele? Ele também me devastou, abriu caminho por mim.
Hoje não tem vídeo nem imagem. Nada pode exprimir o que sinto.

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