quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Realidades

Se pudesse pedir qualquer coisa agora, pediria um coma. Mas antes que a enxurrada de críticas e reprovações venha, quero deixar claro q minha intenção é apenas me desligar de TUDO.
Descobri, ontem, umas 20 maneiras diferentes de mandar alguém à merda; isso somente em meu pensamento. Por fora meu sorriso em concordância era impecável, como sempre. Detesto quando sou obrigada a ser falsa. Sou verdadeira demais pra isso.
Mesmo assim não consigo sentir raiva ou rancor. Só um pouco de mágoa, talvez. Quando se conhece o verdadeiro mal dentro de um homem, não se consegue mais se incomodar com pequenos defeitos insistentes e irritantes. A gente sente pena e passa por cima.
Terminei o livro ontem e já recomecei a lê-lo, imediatamente, pela terceira vez. Como se o que busco tão arduamente estivesse lá dentro, em alguma passagem que passou despercebida. As linhas de angústia do personagem principal se misturando com minha própria angústia e desesperança. Além disso descobri que meu prazer mórbido no livro era que ele conseguia me fazer chorar, quando nem isso eu conseguia mais. De certa forma, um alívio. Havia também o fato de que aquela realidade etérea era muito mais prazerosa que minha própria, transformando meu fascínio em vício.
Ficou claro que de agora em diante eu não conseguiria ficar satisfeita com menos do que aquilo que tinha sentido ali, não aceitaria encontrar menos do que um amor dolorosamente sobrenatural. Não que eu buscasse meu vampiro pessoal; apenas queria o amor de vampiro. Eterno e invencível em todos os aspectos. Dispensaria a beleza, a força e a velocidade, ficando apenas com o caráter e a superproteção. Seria pedir demais?
De todas as surpresas ruins dessa semana, a maior delas se apresentou hoje de manhã. Tomando meu café, perdi-me em pensamentos que jamais pensei serem possíveis novamente: me vi numa cena clássica de conversa a dois; o retorno inesperado e a conversa mais que esperada. De frente para o objeto de meus sonhos, ouvia as explicações e o pedido de perdão desnecessário (mas que era sempre idealizado, por um motivo deconhecido), com uma reação contida e calculada. Depois as lágrimas, moldando minha palavras que ilustravam meus últimos meses de puro desespero e agonia. O abraço mais que esperado, sufocando qualquer angústia que ainda insistisse em ficar e, por fim, o beijo - estranhamente rápido, mas com certo calor que ecoava nossos anos de espera e dor - que selaria nossos destinos em um. Mais um abraço. Risos nervosos de felicidade.
Era patético. Acordei de meus pensamentos sacudindo a cabeça e me lembrando de meus muitos afazeres daquele dia. Afinal, estava já tudo resolvido. Resolvido e acabado, melhor dizendo. Aquilo era uma realidade totalmente e absolutamente impossível. Não era??

0 comentários: