sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Supermassive Black Hole

"Acho que é tarde demais, Jake. Como podemos ser amigos quando nos amamos desse jeito?"
Eclipse
É verdade. A arte imita a vida.
Estranho como uma realidade distante e impossível nos faz enxergar as verdades por trás de nossos relacionamentos. Por mais que haja negação, dúvida e frieza, palavras foram ditas. Aconteceu algo que jamais poderá ser negado: uma prova de amor. E foi com espanto que percebi que só quem ama de verdade poderia abrir mão e dizer "não", quando acredita q o outro seria mais feliz assim. Como pude ser tão cega? Por que não reagi? Acho q jamais me senti merecedora da retribuição e provavelmente por isso acreditei nas possíveis mentiras.
Agora me pergunto: onde está tudo aquilo?? Onde está o calor, a preocupação, o desejo de estar junto, de servir junto... aquela sintonia inegável e que parecia pulsar como um vulcão ativo? ONDE DIABOS FOI PARAR TUDO AQUILO?? Foi como um sonho evanescente e, de repente, acabou. Não estava mais lá. Como se nunca tivesse existido.
Agora o sentimento se evaporou, não existe em lugar nenhum mais.
Era verdade. Como podíamos ser amigos nos amando daquele jeito? Como podíamos manter a mesma sintonia nos amando e não estando juntos? Isso explica tanta coisa...
Ao mesmo tempo que tentava ressuscitar um amor há muito perdido, me perguntava como me entregaria a qualquer outro. Era verdade que eu estava aberta a novas experiências, até mesmo arriscar a me magoar novamente até encontrar o esperado. Mas sabia que só confiaria em um, por toda a minha vida. Mesmo que o amor não existisse mais, havia só um em que eu confiava plenamente e que sabia q poderia escancarar todos os meus segredos mais sórdidos sem jamais ser julgada. Como eu poderia ser feliz, mesmo amando outro, sem confiar? Eu não ia conseguir viver uma vida cheia de mentiras, mesmo que fosse cheia de amor.
Aquilo foi real. Eu sei. Como foi que nos perdemos no meio do caminho e voltamos à estaca zero?
Todos esses pensamentos latejando dentro de mim nos últimos dias, como uma goteira insistente. Teria um fim?
Entretanto, mesmo sem o amor havia a saudade. A absurda saudade de um cheiro que nunca conheci, de um calor que nunca senti, de um abraço que nunca tive.
Seria irônico pensar em quem poderia estar lendo este texto agora. Provavelmente estaria se sentindo muito mal ao se identificar e ter certeza de que não poderia ser outra pessoa. Talvez se sentindo um pouco culpado. Sem dúvida com raiva de minha obstinação.
"Desculpe-me. Não é minha culpa." - eu teria lhe respondido - "Não escolhi isso. Se pudesse escolher jamais seria você."
A vitória iminente nunca me pareceu tão longe.

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